Em 1951 junto ao seu amigo Alberto Granado partem para uma viagem, que teve início em Buenos Aires, na Argentina, com o intuito de conhecer melhor a cultura e os costumes da América do Sul, pelas quais só conheciam por meio de livros. O filme “Diários de Motocicleta” é inspirado nessas viagens mas não é uma biografia de Che Guevara, porém relata o início da sua vida como revolucionário . A obra que teve a direção de Walter Salles foi inspirada em livros que Che Guevara escreveu durante suas viagens.
Che visitou várias regiões carentes como, por exemplo, minas de cobre, povoados indígenas e leprosários. Ficou impressionado com a miséria e as péssimas condições de vida das camadas mais pobres da sociedade, estas que foram causadas pelos europeus que sempre exploraram essas regiões desde a época das colônias visando somente o lucro. Essa desigualdade também é causada pela industrialização, introduzida nessa região pelos europeus e norte americanos que alegavam estar levando o país ao progresso e ao desenvolvimento enquanto na verdade era só uma desculpa para que eles conseguissem mais lucros e soberania. Como é citado no livro "As veias abertas da América Latina", a América virou um drama pois os habitantes ficaram sem empregos e vivendo em precárias condições. Para Che Guevara, essas visões foram extremamente impactantes e então ele decidiu que deveria lutar contra o imperialismo das grandes potências por uma mudança.
Há uma passagem também no livro que expressa a visão que Che Guevara teve:
"É a América Latina, a região das veias abertas. Desde o descobrimento até nossos
dias, tudo se transformou em capital europeu ou, mais tarde, norte-americano, e como tal
tem-se acumulado e se acumula até hoje nos distantes centros de poder. Tudo: a terra,
seus frutos e suas profundezas, ricas em minerais, os homens e sua capacidade de trabalho e de consumo, os recursos naturais e os recursos humanos. O modo de produção e a
estrutura de classes de cada lugar têm sido sucessivamente determinados, de fora, por
sua incorporação à engrenagem universal do capitalismo. A cada um dá-se uma função,
sempre em benefício do desenvolvimento da metrópole estrangeira do momento, e a
cadeia das dependências sucessivas torna-se infinita, tendo muito mais de dois elos, e por
certo também incluindo, dentro da América Latina, a opressão dos países pequenos por
seus vizinhos maiores e, dentro das fronteiras de cada país, a exploração que as grandes
cidades e os portos exercem sobre suas fontes internas de víveres e mão-de-obra." - Há
quatro séculos, já existiam dezesseis das vinte cidades latino-americanas mais populosas
da atualidade. Para os que concebem a História como uma disputa, o atraso e a miséria da América
Latina são o resultado de seu fracasso. Perdemos; outros ganharam. Mas acontece que
aqueles que ganharam, ganharam graças ao que nós perdemos: a história do subdesenvolvimento da América Latina integra, como já se disse, a história do desenvolvimento do
capitalismo mundial. Nossa derrota esteve sempre implícita na vitória alheia, nossa riqueza gerou sempre a nossa pobreza para alimentar a prosperidade dos outros: os impérios e seus agentes nativos."
No México, em 1954, Che conheceu e se juntou aos irmãos cubanos Fidel e Raul Castro, que estavam organizando um grupo guerrilheiro para derrubar o governo ditatorial de Cuba.
Guevara tornou-se o médico da tropa, que desembarcou na ilha no final de 1956. Ao longo dos três anos seguintes, foi deixando a medicina para tornar-se combatente e líder militar, ganhando nessa época o apelido de "Che". Com a vitória do movimento revolucionário, em 1959, Che promulgou cerca de 400 (ou mais) sentenças de morte, os chamados "justiçamentos", contra adversários do novo regime. De acordo com O Livro Negro do Comunismo, ocorreram 14.000 execuções por fuzilamento em Cuba até o final de década de 1960.
Estabelecido o novo governo, Che Guevara tornou-se cidadão cubano e assumiu papel ativo, como diretor do Banco Nacional e Ministro da Indústria. Em um discurso na Assembleia Geral da ONU, em 9 de dezembro de 1964, Che Guevara afirmou: "Execuções? É claro que executamos! E continuaremos executando enquanto for necessário! Essa é uma guerra de morte contra os inimigos da revolução!".
A revolução cubana não tinha um caráter explicitamente socialista em seus primeiros momentos. A tentativa norte-americana de controlar o novo governo de Fidel, porém, levou este último a aproximar-se da União Soviética, no âmbito da Guerra Fria, e a aderir ao marxismo, criando uma vertente latino-americana do stalinismo, ou seja, a ditadura de um partido único sobre a sociedade.
Guevara, por sua vez, não se adaptou à vida burocrática no regime cubano. Acreditava que toda a América Latina precisava ser transformada, através de revoluções sucessivas. Em 1965, deixou Cuba e estabeleceu um foco guerrilheiro na Bolívia, onde acabou cercado pelo exército local. Che foi preso em 8 de outubro de 1967 e executado no dia seguinte.
O fato de ter deixado o poder em Cuba para vir morrer nos confins da selva boliviana, tornou Che um símbolo de determinação e coragem, respeitado até por aqueles que não compartilham das idéias socialistas. Sua imagem passou a representar a rebeldia, o inconformismo e a de liberdade da juventude, independentemente de concepções políticas e ideológicas.
Ainda nos dias atuais notamos a admiração e a simpatia de adolescentes e jovens adultos na Europa e América Latina por Che. Não importa que o socialismo real não tenha dado certo na antiga União Soviética, em Cuba e em nenhum país onde se tentou implantá-lo.
Mesmo assim, a imagem do "Che" reaparece em pôsteres, bottons e camisetas, que o consagram como um mito latino-americano, um símbolo eterno de coragem e rebeldia contra as injustiças sociais do mundo. Para isso, aliás, contribuiu muito a célebre fotografia sua tirada por Alberto Korda.
Referências:
http://educacao.uol.com.br/
- Acesso em 26/05/13
http://
- Acesso em 26/05/13
Nenhum comentário:
Postar um comentário