sexta-feira, 12 de abril de 2013

A Primavera dos Povos (por Marcela Raya)


     A Primavera dos Povos foi uma série de movimentos revolucionários que ocorreram no século XIX. Marcou o despertar das nacionalidades que exigiram dos impérios a concessão de suas autonomias. Foi a primeira revolução potencialmente global, tornando-se um paradigma de "revolução mundial" que alimentou rebeldes de várias gerações. Foi iniciado por membros da burguesia e da nobreza que exigiam governos constitucionais, e depois por trabalhadores e camponeses que se rebelaram contra os excessos e a difusão das práticas capitalistas. As classes vão, gradativamente, percebendo que o seus interesses são distintos dos que estão sendo atendidos pelo governo atual, e passam a lutar por seus direitos. O conceito da Primavera dos Povos tem como consequência o desenvolvimento político, econômico e social de diversos países europeus.

Itália: Na Itália havia o projeto central de unificação do país, que ocorreria somente em 1861 e que eclipsou tais preocupações sócio-econômicas. A ordem acabou por ser restabelecida pelas diversas potências que dominavam as diversas regiões do território italiano à época, nomeadamente França e Áustria.

Hungria: Na Hungria, como na Itália, as ideias de afirmação e independência nacional acabavam por se igualar e até mesmo superar as preocupações de ordem mais prática. Ocorrem rebeliões no início do ano, e o governo que surge das eleições faz do país um território virtualmente livre do jugo austríaco. A Áustria invade o país, o governo eleito demite-se e a repressão que se segue é duríssima, terminando com as revoltas.

Áustria: Na Áustria, setores da aristocracia rebelaram-se contra a monarquia. Várias revoltas ocorrem, com destaque para a ocorrida em Praga. Em novembro de 1848, o imperador abdica, porém, tal situação será revertida em 1852, com a restauração do regime.

Alemanha: Na Alemanha, havia como na Itália, a questão da reunificação. Área em plena fase de industrialização, as revoltas operárias e camponesas proliferam-se. Chegou-se a elaborar uma nova constituição, mas esta termina por ser rejeitada pelo rei, e a situação termina com poucos progressos em relação à realidade anterior.

França: Na França, o rei Luís Filipe abdica em 1848. A república é proclamada, porém, a instabilidade irá continuar até cerca de 1851, quando, através de um golpe palaciano, Carlos Luís Napoleão Bonaparte proclama o Segundo Império Francês, com o título de Napoleão III. 

A derrota do proletariado na Primavera dos povos acabou na verdade sendo uma vitória, porque a partir disso, a massa percebe que seus interesses são diferentes dos da Burguesia e eles passam a lutar pelos seus direitos e interesses, fazendo com que a história da humanidade seja, até hoje, uma luta entre classes que faz com que haja a evolução.

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