A
Teoria da Evolução teve consequências revolucionárias fora da
área científica. Darwin explicava que, as várias espécies, até a
humana, evoluíram gradativamente por milhões de anos e há ainda
espécies novas em evolução.
Alguns
pensadores sociais aplicaram as conclusões darwinianas à ordem
social, produzindo teorias que as transferiram à explicação dos
problemas sociais. As expressões "luta pela existência" e
"sobrevivência do mais capaz" foram tomadas de Darwin para
apoiar a defesa que faziam do individualismo econômico.
Os
empresários bem-sucedidos, afirmavam esses pensadores, haviam
demonstrado sua capacidade de vitória no mundo competitivo dos
negócios. Os que fracassavam na luta pela existência demonstravam
sua incapacidade.
A
aplicação da biologia de Darwin às teorias sociais fortalecia o
imperialismo, o racismo, o nacionalismo e o militarismo. Os
darwinistas sociais insistiam em que as nações e as raças estavam
empenhadas numa luta pela sobrevivência, em que apenas o mais forte
sobrevive e, na realidade, apenas o mais forte merece sobreviver.
Eles
dividiam a humanidade em raças superiores e inferiores e
consideravam o conflito racial e o nacional uma necessidade biológica
e um meio para o progresso.
O
imperialismo ou neocolonialismo do século XIX se constituiu como
movimento de domínio, conquista e exploração política e econômica
das nações industrializadas europeias (Inglaterra, França,
Alemanha, Bélgica e Holanda) sobre os continentes africano e
asiático.
A
“partilha” da África e da Ásia se deu fundamentalmente no
século XIX (pelos europeus), mas continuou durante o século XX. No
decorrer deste, os Estados Unidos e o Japão ascenderam
industrialmente e exerceram sua influência imperialista na América
e na Ásia, respectivamente.
A
“corrida” com fins de “partilha” da África e da Ásia,
realizada pelas potências imperialistas, aconteceu por dois
principais objetivos:
1º)
a busca por mercados consumidores (para os produtos
industrializados);
2º)
a exploração de matéria-prima (para produção de mercadorias nas
indústrias). A industrialização europeia se acentuou
principalmente após as inovações técnicas provenientes da 2ª
fase da Revolução Industrial.
A
principal hipótese para a legitimação do domínio imperialista
europeu sobre a África e a Ásia foi a utilização ideológica de
teorias raciais europeias provenientes do século XIX. As que mais se
destacaram foram o evolucionismo social e o darwinismo social.
Um
dos discursos ideológicos que “legitimariam” o processo de
domínio e exploração dos europeus sobre asiáticos e africanos
seria o evolucionismo social. Tal teoria classificava as sociedades
em três etapas evolutivas:
1ª)
bárbara;
2ª)
primitiva;
3ª)
civilizada.
Os
europeus se consideravam integrantes da 3ª etapa (civilizada) e
classificavam os asiáticos como primitivos e os africanos como
bárbaros. Portanto, restaria ao colonizador europeu a “missão
civilizatória”, através da qual asiáticos e africanos tinham de
ser dominados. Sendo assim, estariam estes assimilando a cultura
europeia, podendo ascender nas etapas de evolução da sociedade e
alcançar o estágio de civilizados.
O
domínio colonial, a conquista e a submissão de continentes inteiros
foram legal e moralmente aceitos. Desse modo, os europeus tinham o
dever de fazer tais sociedades evoluírem.
O
darwinismo social se caracterizou como outra teoria que legitimou o
discurso ideológico europeu para dominar outros continentes. Tal
teoria difundia o propósito de que na luta pela vida somente as
nações e as raças mais fortes e capazes sobreviveriam.
Hoje
sabemos que o evolucionismo social e o darwinismo social não possuem
nenhum embasamento ou legitimidade científica, mas no contexto
histórico do século XIX foram ativamente utilizados para legitimar
o imperialismo, ou seja, a submissão, o domínio e a exploração de
continentes inteiros.
Priscila
Ribeiro nº 23
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