Avatar não é apenas um filme com
incríveis efeitos especiais, Avatar traz uma bela reflexão sobre o choque de
culturas decorrente da expansão da ordem social moderna e suas terríveis
conseqüências para as sociedades tradicionais.
O filme se passa no ano de 2156,
e tem como pano de fundo a exploração de um planeta chamado Pandora, com
incríveis belezas naturais e habitado por um povo chamado de Na’vi — humanóides
azuis de membros longos que vivem em harmonia com o seu habitat. Porém a
exploração desse território (onde vivem o povo Na’vi) é iniciada pois neste
local, há a maior reserva de um mineral muito valioso. Assim, é enviado um
grupo de cientistas conectados a avatares idênticos aos nativos,
artificialmente criados, para interagir com os alienígenas e fazê-los sair
pacificamente de suas terras. O problema está no fato de que para os nativos, o
local onde vivem possui um valor religioso, pois ali é supostamente a morada da
sua deusa, Eywa.
O filme basicamente traz um
roteiro simplificado que trata sobre os problemas futuros da humanidade, que
esgota seus recursos naturais e passa a colonizar outros lugares. Dado conflito
com essa “tribo”, que se torna guerra interminável por conquistas materiais e
um genocídio em massa. Nada tão diferente do simbolismo cultural que
encontramos em “Danza con Lobos” de Kevin Costner. O “ser colonizador/invasor”,
destruidor de culturas em busca de um idealismo perdido, encontra no seu
“oponente”, a figura do outro como estranho/bizarro/primitivo, uma compensação
e resgate de valores éticos e/ou morais.
Enfim, não há nada de novo
debaixo do roteiro de Cameron, pelo contrário, vimos que através da história do
cinema, estórias como esta já existiam, mesmo que o próprio autor tenha um
determinado padrão de roteiro.
Neste filme encontramos uma trama
romântica. Esta é uma das implicações mais interessantes em “Avatar”,
diferentemente de “Danza con Lobos”, filme mais rústico e direto, onde
sobressaem às maravilhosas tecnologias gráficas, que pelo status, garantemuma
nova era no cinema.
Por um progresso iminente do
homem, o ataque nuclear surge devastador em todo o território Na’vi. São as
consequências de um modelo econômico social predominante cujo papel principal é
acabar com todos os recursos naturais possíveis, mesmo que tenha de destruir povos
e nações, culturas e meio ambiente. E é com uma visão critica que podemos analisar os sérios problemas que atualmente
enfrentamos nos territórios indígenas, em suas reservas, graças ao contato com
o modo de produção capitalista, que ao longo da história, em todos os
continentes, seguiu a linha do genocídio.
O filme é bom e pode levar a
reflexões interessantes sobre a exploração de alguns povos, tanto na
antiguidade como a África, como na atualidade com os indígenas. Vale à pena
assistir o filme com um olhar mais sociológico e entender como ocorreram e
ocorrem as dominações.
Trailer (legendado) do Filme Avatar: http://youtu.be/oRTHPe6uSd4
Trailer (legendado) do Filme Avatar: http://youtu.be/oRTHPe6uSd4
Nenhum comentário:
Postar um comentário