A toxicidade
do íon cianeto (HCN) é conhecida há mais de dois séculos; porém, os compostos
que contém cianeto são tóxicos somente se liberarem HCN numa reação. Sem dúvida
alguma, o ácido cianídrico ou ácido prússico é o veneno de ação mais rápida que
e conhece.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_h7sn2WOvoh3RxN3HyHBRfyuJJi4wUJpdcn7pIyLImdY-jFWu0d2Vc_bab4wiUBCu4Z3dhaeNLm-190U2hBOhyNI7SuzlIL-N536yz5ppBfnGQ4sCtMvAGfMTtb7flODL52hkjtKMVF4/s280/Figura1.jpg)
Quando a
cápsula atinge o estômago, o sal reage com o ácido clorídrico presente no suco
gástrico:
NaCN(s) +
HCl(aq) ⇒ HCN(g) + NaCl(aq)
Por ingestão,
a dose capaz de provocar a morte é de 1 mg por quilograma de massa corpórea.
Por inalação, uma concentração de 0,3 mg por litro de ar mata entre 3 e 4
minutos.
A ação tóxica
do HCN deve-se à sua capacidade de inibir a enzima citocromoxidade, fundamental
para as células consumirem o gás oxigênio transportado pelo sangue. O íon
cianeto provoca, então, a parada da respiração celular. Na verdade, a pessoa
acaba morrendo por asfixia, mesmo que o seu sangue esteja saturado de oxigênio.
Assim as células morrem e, se esse processo acontece rapidamente nos centros
vitais do organismo, ocorre a morte.
O tratamento
deve ser aplicado de imediato, sem perda de tempo. Em casos de absorção de
grandes quantidades desse ácido, é inútil aplicar algum tratamento que, quando
possível, consiste em injeções de soluções aquosas e nitrito de sódio e/ou
tiossulfato de sódio. Antigamente, utilizavam-se também injeções de soluções
aquosas de azul de metileno.
O ácido
cianídrico, devido à sua ação rápida, foi utilizado por muito tempo como
inseticida e raticida na fumigação de navios e, também, para eliminar toupeiras
que infestavam algumas plantações. Ainda hoje, em alguns estados dos EUA, ele é
usado nas câmaras de gás, na execução de prisioneiros condenados à morte.
Atualmente,
ele tem grande importância na síntese de vários compostos orgânicos,
principalmente da acrilonitrila (cianeto de vinila) produto muito importante na
manufatura de tecidos sintéticos.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheKJJP8lpSoONJz59oeuw5iCcS0itTpdcfeaquWBQK-3ORhDTT-GMhtwsU_9IFVNAUGs4CZwZd5I3GieIHnHk8CCCCPvTPJpX9yZjOQUqsSxr7znil8p-3KEb2MF1rUITihcUBf6mTbWQ/s280/HCN-w..jpg)
Rasputin
Em 1916, o
monge russo Rasputin sofreu uma tentativa de envenenamento por cianeto. Durante
um banquete, o príncipe Yussopoff e seus amigos ofereceram a Rasputin um pudim
contendo cianeto de potássio em quantidade suficiente para matar várias
pessoas. Embora Rasputin tenha comido grande quantidade esse pudim, ele não
morreu. Por esse motivo, e pelo fato de serem atribuídos poderes satânicos ao
monge criou-se uma lenda de sobrenaturalidade envolvendo o fato. A lenda só foi
desfeita em 1930, quando foi descoberto que alguns açúcares, como a glicose e a
sacarose, se combinam com o cianeto, formando uma substância praticamente sem
toxicidade, denominada cianídrica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário