O incêndio na boate Kiss (Santa Maria) foi um dos assuntos mais comentados no início
de 2013, ganhando espaço na mídia nacional e internacional. Mais de duzentos
jovens morreram na noite da tragédia durante o show pirotécnico. Porém, há um
fato interessante que muitos desconhecem: a maioria das mortes não foram
provocadas pelas chamas e possíveis queimaduras do fogo, mas sim por asfixia.
A
banda utilizou de um artefato apropriado para lugares abertos, um tipo de
sinalizador. O fogo atingiu o revestimento acústico do teto, que não era apropriado
e a espuma ajudou a rápida propagação das chamas. Com isso, foi lançada ao ar a
fumaça com um componente altamente tóxico: o cianeto, ou gás cianídrico (mesma
substância mortal utilizada nas antigas câmaras de gás nazistas). No corpo, a
fumaça inalada segue o mesmo caminho do ar e chega aos alvéolos que realizam as
trocas gasosas no sangue. As vias respiratórias acabam danificadas e enzimas
tentam combater o gás tóxico, atacando células do pulmão já contaminadas.
Acontece que a superprodução dessas enzimas rompe a parede dos alvéolos, que
acabam inundados de sangue. Conclusão: a fumaça impede a oxigenação dos
pulmões, o ar deixa de seguir seu ciclo natural, o O2 é substituído
pelo cianeto e a pessoa pode sofrer parada cardiorrespiratória, falecendo em segundos ou minutos.
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